-... Pode acreditar Doutor, é sério! Disse a mulher.
- A senhora não está brincando não? Perguntou o Delegado de Polícia.
- Claro que não doutor! O senhor acha que eu iria brincar com uma coisa tão séria como essa.
- Quer dizer que a senhora veio aqui para prestar queixa de um roubo que aconteceu em outra delegacia da cidade. É isso mesmo. Eu entendi direito?
- Senhor delegado é isso mesmo. Eu estava lá na delegacia do bairro vizinho para fazer um boletim de ocorrência do roubo de uma bicicleta do meu sobrinho. Minutos antes eu havia passado no banco e tinha sacado cinco mil reais para pagar umas despesas. Tudo indica que eu fui seguida e, quando eu estava lá na delegacia esperando para fazer a queixa do roubo da bicicleta veio um homem alto e muito forte que, num movimento violento roubou a minha bolsa. Disse a mulher.
- Mas... Minha senhora...Não tinha ninguém na delegacia? Onde estavam os policiais? Ainda inconformado com o estranho caso, perguntou o delegado.
- Tinha o escrivão e um policial de plantão, mas ambos foram também surpreendidos pela ação completamente incomum daquele marginal. O delegado ainda não havia chegado. O senhor sabe como é delegacia do interior, os policiais são poucos e os que trabalham naquele distrito, naquele momento, estavam em ronda pelo bairro.
- OK! Vamos fazer o boletim de ocorrência então. A senhora tem testemunhas? Perguntou o delegado.
- Sim doutor! Eu tenho. Estão lá fora, vou chamar o policial e o escrivão só um instante...
Edilson Rodrigues Silva
