Ele estava numa grande loja de departamentos no centro da cidade quando ele olhou para o lado da sessão de roupas femininas e avistou a sua tia Alice. Ela estava lá olhando algumas roupas. Ele foi até ela a cumprimentou e ficaram ali conversando um pouco.
Depois de um tempinho ele resolveu ir embora e ofereceu carona para a sua tia já que ela morava perto da casa dele. Ela aceitou prontamente e disse:
- Obrigada Dinho! Você sabe que no final de semana os ônibus demoram muito mais do que o normal e foi uma mão na roda te encontrar aqui porque ainda tenho que passar na igreja.
- Eles foram até o estacionamento pegaram o carro e foram para casa. Quase perto de casa dele o pneu do carro furou e ele não tinha o estepe. Ele foi obrigado a parar numa borracharia próxima e pediu para a tia ter um pouco de paciência porque o conserto não ia demorar.
Depois que ele entrou na borracharia ele conversou com o borracheiro, um sujeito todo sujo e bem relaxado. Após superar a péssima impressão inicial que tinha sido para lá de negativa ele pediu para o homem consertar o pneu e ficou ali aguardando a conclusão do serviço.
Como havia na borracharia dois carros que estavam na frente dele ele teve que aguardar por uns vinte minutos mais ou menos. Enquanto ele estava lá aguardando ele começou a reparar melhor nas paredes do imóvel e, o que ele viu? Sim, isso mesmo! Calendários e mais calendários de beldades seminuas, vestidas com pneus, tecidos esvoaçantes e tinha aquelas que estavam do jeito que vieram ao mundo mesmo.
Ele ficou meio envergonhado e sem jeito, não por causa dele e sim por causa da tia que era uma pessoa muito religiosa e bem simples, sorte que ela tinha ficado lá no carro e não deu uma circuladinha pelo antro de perdição que era aquela oficina.
Depois que o homem terminou o conserto do pneu e eles estavam indo embora o borracheiro agradeceu e falou bem alto:
- Obrigado! E volte sempre.
A tia dele, numa reação completamente inesperada, disse:
- Eu voltar aqui? Nunquinha, Seu depravado!
Edilson Rodrigues Silva
