No trânsito, sempre era assim, quando ela percebia que alguém estava olhando mais detalhadamente para o seu carro ela ficava toda cheia e orgulhosa e ela gostava disso.
Sempre que o carro estava daquele jeito ela fazia questão de sair. Ela ia ao shopping, ao banco e, quando era possível andar bem devagarzinho, ela não pensava duas vezes. Ela realmente aproveitava aquele momento como sendo único. não havia dinheiro no mundo que pagasse aqueles belos momentos, pensava ela. Para que ela pudesse desfilar mais tarde tinha que deixar o carro no lugar certo.
O lugar certo era à sombra do enorme e florido Flamboyant vermelho. Era só deixar o carro ali algumas horas que depois ele ficava completamente salpicado das belas e vermelhas pétalas da exuberante florada. Se chovesse então, era o máximo. Além do carro, de cor branca, ficar lindamente decorado de pétalas vermelhas elas não saiam com facilidade.
É por isso que ela se enchia de orgulho em poder ter no seu quintal um belíssimo exemplar dessa árvore maravilhosa. Quando chegava a primavera ela ficava aguardando a época das flores para que elas alegrassem a sua vida e a dos outros também.
Edilson Rodrigues Silva
