- Não pode ser. Será que é ele mesmo amor? Perguntou a mulher do rapaz.
- Claro que é. Olha lá. Tá na cara que é ele. O cabelo tá meio diferente, e sem aquele microfone que ele sempre usa a gente fica até na dúvida se é ele mesmo, mas aquela fisionomia não me engana. Eu o reconheceria em qualquer lugar do planeta. Afinal de contas eu e a minha vó já o conhecemos de longa data. Quantas vezes eu e a vovó assistimos aos programas dele na TV. Comentou o marido.
- Aqui? Esperando um ônibus? Isso é muito estranho você não acha? Questionou a esposa
- Se acontecesse isso em São Paulo eu diria que era um sósia dele, mas aqui em Aspen eu até acho que é possível. Disse o marido.
- E aí amor? A gente vai lá falar com ele? Perguntou a esposa.
- E se não for ele? A gente vai dar um fora tamanho família. Titubeou o marido.
- Amor, claro que é ele. Vamos! Agora você já me convenceu. Vamos lá dar um alô para ele. Disse a esposa, agora, muito mais confiante que o vacilante marido.
O casal resolveu se aproximar daquela celebridade que também estava ali esperando o ônibus. O coletivo que eles estavam esperando iria substituir aquele em que eles estavam e que havia se quebrado no caminho para Aspen.
- Oi Silvio!...Você é o Silvio Santos da TV não é? Perguntou a mulher.
- Mas... Mas... Quem são vocês? Surpreso, perguntou o homem que acabara de ser confundido com o Silvio Santos.
- Claro que é ele amor. Olha só o jeito de falar, o sorriso inconfundível. Silvio, eu, a minha mãe e a minha vó somos suas fãs há anos. Nós gostamos muito de assistir o Topa tudo por dinheiro. Quem quer dinheiroooooo? Brincou a esposa.
- Mas!...Mas!...O quê é isso. Sai pra lá!...Sai pra lá!... Disfarçou o suposto Silvio Santos.
- Silvio, será que dá pra você da um autógrafo pra gente? Perguntou o marido.
- Tá vendo Iris, nem aqui em Aspen a gente passa despercebidos. Eu falei pra você que hoje em dia tem brasileiro em tudo quanto é lugar. Era bem melhor nós termos pegado o carro ao invés de vir de ônibus. Comentou o Silvio Santos.
- Vai Silvio! Só um autógrafo vai. Não é para mim, é para a minha vó. Ela te adora. Ela vai ficar tão feliz. Comentou a esposa do homem.
- Tá bom!...Tá bom!...É pra vovó mesmo? Perguntou o Silvio.
- Claro que é Silvio. Olha lá o outro ônibus já está chegando. Disse a esposa do rapaz.
- É mesmo! Olha lá o ônibus. Então tá. Quem quer um autógrafoooo? Ai, ai, ai... í,i,i. Qual é o nome da vovó? Ai, ai, ai... í,i,i Brincou o Silvio.
Edilson Rodrigues Silva