Ela tinha combinado com o irmão dela que na noite Natal ele ia se fantasiar de Papai Noel e quando as crianças já estivessem deitadas ele entraria pela janela da sala e deixaria os presentes junto a arvore de Natal.
- Beleza! Você tem que deixar a janela da sala aberta e não pode deixar as crianças me verem, senão não vai ter graça nenhuma. Disse ele.
- Está certo! Concordou a irmã.
Como a janela da sala ficava um pouco acima do telhado da garagem o tio das crianças teria que primeiro subir no muro e depois andar um pouco sobre a laje da garagem e só aí ele poderia entrar pela janela.
- Legal! Como ele e a irmã nunca tiveram um natal tão bacana assim, para eles, seria um prazer imenso proporcionar essa alegria às crianças. Pensava o futuro Papai Noel.
Na hora marcada ele chegou, Fantasiado de Papai Noel, falando Ho!...Ho!...Ho!... Com o saco cheio de presente nas costas e, na mão ele trazia o tradicional sininho.
Contando com a ajuda do pai das crianças, o Papai Noel conseguiu com certa dificuldade, escalar o muro. A dificuldade ficou por conta de um calombo natural na parte frontal da fantasia. Ele entrou na casa e deixou os presentes no pé da árvore que estava toda iluminada e maravilhosamente decorada com diversos tipos de enfeites. Antes de ir embora ele ainda passou na estante onde estavam penduradas as meias das crianças e deixou em cada uma delas um belo pacotinho cheio de doces e chocolates.
Enquanto isso lá no quarto, acompanhados pela mãe, as crianças ouviam os sininhos e com muita alegria e ansiedade ficaram muito felizes com a presença do Bom Velhinho. Como não poderia ser diferente as crianças queriam a todo custo, não só ver o Papai Noel, mas também falar com ele, fazer algumas perguntas, enfim bater um papinho com o Bom Velhinho. No entanto, a mãe não deixou que elas saíssem do quarto de jeito nenhum.
De repente, de lá da frente da casa ouviu-se um barulho estranho: Plaft!...Ploft!...Tum!...Aíii! A mãe logo pensou que era o barulho do portão batendo indicando que o Papai Noel já tinha indo embora. Por isso ela abriu uma fresta da janela do quarto que ficava na parte superior da casa. Assim que ela abriu a janela, ela e as crianças puderam ver o Seu Nicolau indo embora. Ele ia vagarosamente, diga-se de passagem, vagarosamente demais.
O garotinho ao olhar a singela cena gritou:
- Tchau Papai Noellll!
De Longe, o Bom Velhinho virou-se e deu uma alegre saudação para as crianças e sem demora, de saco nas costas, voltou-se para frente e seguiu o seu caminho.
- Mãe! O Papai Noel já está bem velhinho né! Ele até parece o Vô Pedro? Disse a garotinha.
- É!...Acho que é!...Ora filhinha, porque você está falando isso? Perguntou a mãe.
- Olha lá mãe! Olha como ele está mancando e gemendo de dor.
Edilson Rodrigues Silva