Sexta feira à noite, um trânsito daqueles e ainda por cima uma chuva fina e persistente. O encontro, ela havia marcado no dia anterior, já faz algum tempo que eles estão combinando de sair para se conhecerem melhor e, para um final de noite agradável, nada melhor do que um bom restaurante e um delicioso jantar.
Sete e meia da noite, ela liga para ele avisando que, por causa da chuva e do trânsito muito lento, vai chegar mais tarde. Os carros, tão lentos quando as gotas de chuva a escorrer pelo pára-brisa vão vagarosamente movendo-se em direção a lugar nenhum. Assim, passam-se quase quarenta minutos de espera.
Finalmente o trânsito numa via próxima da sinal de vida e começa a fluir. Apressada, ela aumenta um pouco a velocidade e,...Ploft! Acerta em cheio um enorme buraco que estava encoberto por uma poça de água.
Fora o susto parece que nada demais havia acontecido, a não ser por causa de uns barulhos mais fortes. É! Parece que alguma coisa ficou meio solta, mas vai dar para continuar, amanhã ela vai pedir para alguém dar uma olhada porque, agora, a prioridade era o tão esperado encontro.
Novamente, Ela aumenta a velocidade e segue rumo ao restaurante que já não estava tão longe assim. Corre, corre...um semáforo...O sinal vermelho...ela tem que frear bruscamente...e, Blaaaang!
Com a freada, o carro parou! O pára-choque não! Por causa do choque anterior e pela freada brusca o pára-choque, que estava praticamente solto, soltou-se de um dos lados e ficou sob o asfalto molhado.
Ela não estava acreditando naquilo, o limpador do pára-brisa ia de um lado para o outro e, os seus pensamentos também! E agora? O que fazer... A noite era uma criança, apenas estava começando. Apenas começando?
Edilson Rodrigues Silva