No começo ele vinha de vez em quando. Agora, ele vinha todos os dias – eles acham que é depois que a ração foi trocada - era mesmo roteiro de sempre: pulava a cerca de madeira e ia direto para a vasilha de alumínio comer o que estivesse lá. Ele não brigava com ninguém. E os cães da casa também não brigavam com ele.
A comida dos cachorros da casa era distribuída antes dele chegar. Quando ele chegava os queridos da casa já tinham comido tudo. Entretanto, os donos do sitio não se importavam, colocavam mais um pouco de ração, porque viam que aquele cão era diferente. Era um cão bem cuidado, pêlo macio e brilhante e tudo indicava que ele tinha um dono. Eles só não sabiam qual era a razão dele vir ali comer todos os dias.
As pessoas da casa achavam que aquele cachorro morava em alguma propriedade próxima ao sitio deles. Eles não sabiam qual era. Mas sabiam que era próxima porque ele não chegava tão cansado.
Num belo dia, assim que ele começou a comer o filho do sitiante observou alguma coisa diferente no pescoço do cachorro: Era uma coleira. Foi a primeira vez que ele apareceu com a coleira. Nela estava escrito: Scubi.
Agora já sabiam o nome dele. O garoto lembrou-se que outro dia ele havia notado algumas letras diferentes numa vasilha de alumínio que eles encontraram na beira da estrada próxima ao sitio deles. A mesma que hoje é usada para colocar a comida dos cães.
Foi olhar e, para a surpresa de todos, na vasilha tinha um nome gravado: Scubi. Era por isso que aquele visitante vinha todos os dias fazer uma boquinha ali.
Edilson Rodrigues Silva