Fanáticos não! – Cronicas engraçadas e textos engraçados

- Eu não acredito. Disse a sogra do homem.

- Claro que é verdade sogrinha.  Porque eu mentiria para a senhora. Dona Judite! Por favor, chama a minha mulher que está aí na cozinha.  Ela vai ficar toda feliz quando souber dessa surpresa. Falou o genro que estava lá no quarto do menino.
Depois, lá no quarto do pequeno, todos ficaram muito espantados quando ouviram novamente os primeiros sons que o garotinho tinha acabado de emitir.
- tu!...tá! tá!...tá!...
- Eu não falei que ele era santista minha sogra. Falou todo orgulhoso o orgulhoso genro.

- Eu acho que você está exagerando, e não é só você não. Vocês dois estão é ficando fanáticos. Vocês não pensam e não falam em outra coisa a não ser no Santos. Olha que absurdo: a semana passada vocês compraram um ganso e uma baleia de pelúcia. Onde já se viu comprar para o menino um ganso e uma baleia de pelúcia. Se ainda fosse um ursinho, um cachorrinho ou um gatinho, mas um ganso e uma baleia. Tenha dó né. Comentou a inconformada vovó.
- Ô mãe! Não fala assim. Não estamos ficando fanáticos não, nós só amamos o Santos. Que culpa temos nós de torcer pelo melhor time do Brasil. A senhora não pode negar que ele fez aquilo. A senhora está de prova quero só ver o que a senhora vai falar quando a gente falar isso para o tio Zito.
A senhora está de prova. Ele acabou de cantar o “Eu quero Tchu!...Eu quero Tchá!...Eu quero Tchá!...Tchá!” Ele não é lindinho mamãe? Eu acho que a senhora está, na verdade, é com uma dor de cotovelo daquelas viu. Também quem mandou a senhora ser corintiana. Nós não temos nada a ver com isso. Não é querido? Não é Neymarzinho? Lindinho da mamãe. Disse a jovem falando, primeiro com o marido dela e depois com o pequeno bebê que ela estava segurando nos braços.

                                                                                      

Edilson Rodrigues Silva

Um Amigo Verdadeiro - Cronicas Pequenas - Textos Curtos e Divertidos

Três torcedores se perderam numa floresta onde moravam terríveis canibais. Quando eles foram capturados o chefe canibal, até que foi gente fina, resolveu conceder a cada um dos torcedores um último desejo.

O torcedor Palmeirense falou:
- Chefe! Antes do senhor fazer um banquete comigo. Por favor, permita-me degustar uma deliciosa feijoada. O chefe concordou.
O Corintiano. Para não perder a chance. Sabe como é né? Ele pensou assim: quem sabe esse chefe canibal é um chefe de grande sorte e grande poder de oração...
- Chefe! Eu não vou me importar de ser assado ou cozido, mas antes eu gostaria de presenciar o timão ser o bicampeão da Copa Libertadores da América e também do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA.
- O chefe coçou a cabeça, coçou o queixo, ficou meio assim, vamos dizer, com a pulga atrás da orelha e depois perguntou pro São paulino:
- E Você aí! Qual é o seu desejo:
O São paulino abraçou o corintiano e disse:
- Chefe, eu não sei se o senhor sabe, mas esse rapaz aqui é meu camarada. Ele é meu amigão do peito há mais de vinte anos. É truta mesmo!
Sabe como é chefe: os amigos verdadeiros são para todos os momentos da vida, inclusive para essas horas mais difíceis. Se o senhor não se importar, eu gostaria de ficar aqui e fazer companhia para o meu amigo corintiano.

Edilson Rodrigues Silva

Futebol - Oliveira o Pé Frio - Cronicas Engraçadas e Textos Engraçados

Ele já não sabia mais qual desculpa dar para o Oliveira. Ele Já tinha inventado que a casa dele ia ser reformada, que o vizinho estava reclamando muito do barulho que vinha da casa dele, que a mulher estava com uma depressão muito violenta e que ás vezes ela tinha violentas crises de agressividade, falou até que o cachorro deles tinha ficado uma temporada com o Pitt Bull do vizinho, fato esse que  tinha afetado, e muito, a personalidade calma e a amabilidade do velho cãozinho que ele conhecia, e que por causa disso ele já não era mais o cachorrinho gracinha que um dia ele tinha conhecido. Sabe o que adiantou tudo isso? Nada!...Nadinha de nada! 
O amigo queria por que queria assistir aos jogos do Brasil na copa lá na casa dele.
Não por causa dos deliciosos tira gostos que a esposa dele fazia, e sim, por era muito legal assistir aos jogos com ele. Aquilo sim que era torcedor. Ele gritava, pulava, fazia movimentos com o corpo como quem queria fazer a bola se mover. Ele não torcia somente. Ele participava ativamente de todas as jogadas. Era como se ele estivesse jogando também, definitivamente, ele era o camisa doze.

A conquista da taça libertadores e do mundial do japão pelo Corinthians tinha sido à gota d’água. Ele, um são paulino de longa data, havia prometido para si mesmo que, na casa dele, uma tragédia daquela nunca mais se repetiria. Nunca mais. 
Agora ele tinha arrumado a desculpa perfeita: ele ia dizer para o indesejado Oliveira que ele estava fazendo um trabalho voluntário numa ONG que assistia aos presidiários e que o pessoal de lá, bandidos da mais alta periculosidade, pessoal barra pesada, havia chamado ele para assistir aos jogos com eles.
A jogadinha não deu certo! O amigo disse que, assim como ele estava fazendo, ele, o amigo, sempre tivera esse mesmo sonho de fazer alguma coisa pelos irmãos mais necessitados e, de preferência, num trabalho voluntário como aquele lindo e maravilhoso que ele estava fazendo. 

Aproveitando a oportunidade, será que eu não poderia acompanhá-lo nos jogos do Brasil? Perguntou o insistente Oliveira.
Agora ele estava numa sinuca de bico e não lhe restou alternativa a não ser usar uma arma mortal: a sinceridade.

Olha Oliveira, eu gosto muito de você, mas assistir jogo com você só se você instalar um botão de degelo. Jogo da seleção na copa do mundo então, Nem a pau Juvenal! Nem pensar! Nem se você fosse uma Brastemp com degelo automático...Vai ser pé frio assim lá na sibéria.

Edilson Rodrigues Silva

Futebol, A Grande Final - Cronicas Engraçadas e Textos Engraçados

As duas seleções já estavam perfiladas. Provocações de ambos os lados, olhares desafiadores e mal encarados. A tensão, a ansiedade, a garra e a enorme rivalidade estavam dando o tom daquela que seria à grande final do século.

Os torcedores de ambos os lados estavam eufóricos, agitados e mal conseguiam conter a enorme energia e vibração. Faziam um tremendo barulho com as já super conhecidas Vuvuzellas, cornetas que os Bafana-Bafanas adoram. Era provocação de tudo que era lado. Também não poderia ser diferente. Uma grande final como aquela, entre os maravilhosos, os fantásticos, os impressionantes e mágicos brasileiros contra los hermanos só tinha chances de acontecer de novo de mil em mil anos.

Hermanos? Sim os nossos vizinhos do lado esquerdo do mapa. Ééé! É isso aí! Não pode dar moleza pros caras não! Se der mole os caras já começam a folgar.

Embora o time adversário contasse com bons jogadores tais como; Carlitos Tevez, Veron, Leonel Messi, Mascherano .... A seleção brasileira era formada de excelentes e inoxidáveis jogadores como o Espetacular Kaká, o Habilidoso Robinho, Júlio César – O Paredão de Duque de Caxias, Lúcio – O Gladiador, Luís Fabiano – O Fabuloso e todos os outros heróis que, representavam a nata e o fino do futebol mundial.

- E a Jabulani onde está? Perguntou o técnico da seleção argentina.

- Jabulani? Aqui não é tem Jabulani não! Jabulani é lá na copa da África do Sul, aqui na grande e tradicional final do jogo de botões – Futebol de mesa - da família Batista é a jabutani, ela será a estrela da partida...Goleiro a postos, todos os botões nas posições? Pode sair? Ok! Comentou o técnico da vencedora seleção brasileira.

Edilson Rodrigues Silva

Futebol, Espero que ele não venha - Cronicas Engraçadas e Divertidas - Histórias Engraçadas

Ela sabia que, para o marido, a copa do mundo era muito importante. Era como se aquele monte de homens de pernas de fora, suados e correndo atrás de uma bola fosse algo de sagrado, ela não concordava muito com aquilo, mas respeitava.

Quando chegava a época da copa do mundo o maridão decorava a casa toda, nem no natal ele tinha tamanho empenho, dizia a esposa. O homem colocava bandeiras do Brasil em todos os cantos da casa, no carro, colocou uma blusinha amarela no cachorro, colocou um bandeirão enorme na frente de casa e, na garagem, ele ainda colocou outras menores como se fossem bandeirinhas de São João. Como não podia ser diferente, ele desenhava, pintava e ajudava a decorar a rua. Se o pessoal não tomasse cuidado ele pintava até a cachorrada da rua tamanha era a empolgação do homem com o esperado o campeonato mundial de futebol.

Para a copa do mundo de 2010 na África do Sul ele caprichou. Para aproveitar todos os jogos ele comprou uma TV de LCD de quarenta e duas polegadas: “Com essa TV vai dar até para ver o pensamento do craque” Dizia ele todo animado com o novo brinquedo. Se alguém quisesse assistir a algum filme, novela, jogar vídeo game... Podia tirar o cavalinho da chuva porque com ele não tinha negociação: Não! Essa daí é só para a copa. Dizia ele.

- Benhêêêê! Esse ano você vai convidar o pessoal da rua para assistir aos jogos com você? Perguntou a esposa.

- Claro querida! Vou chamar os camaradas, vamos fazer um churrasquinho, umas porções, contar umas piadas e na hora do jogo concentração total... Respondeu o marido.

- Amor! Você não vai convidar o Batista vai? Perguntou a esposa.

- Demorô! Claro que vou amor. O Batista é o meu mano do coração, prá mim, ele é como um verdadeiro irmão. Eu já te contei que a gente se conhece desde o ginásio... Por que a pergunta querida? Você não gosta do Batista, ele é o meu camarada, ele fez alguma coisa para você? Ele te desrespeitou? Surpreso, perguntou o marido.

- Não é nada disso amor. É aquela mania que ele tem de usar desde a copa do mundo de 1970, a mesma camiseta da seleção, a mesma cueca e a mesma meia. E, isso sem lavar. 

Eca! Eu acho uma mania muito esquisita e anti-higiênica, sem contar que cheira mal prá burro. Na copa do mundo de 2006 já foi jogo duro quando ele vinha abraçar a gente, imagina agora... Vou ter que dar o drible da vaca nele se ele quiser me abraçar... Em tom de brincadeira, respondeu a esposa.

Edilson Rodrigues Silva