O sábado até que enfim tinha chegado. O pai dela falou que no final de semana ele iria colocar a corda no galho da árvore e depois fazer o tão comentado balanço.
Dito e feito. O pai dela arrumou uma corda bem forte e deu um jeito de amarrar naquele galho mais alto, prendeu uma pequena tábua de madeira na corda e o balanço ficou pronto. Todos adoraram porque o balanço era forte e ia alto, com certeza, ela e as outras crianças da vila iriam se divertir bastante.
Como o balanço estava colocado num galho bem alto ele ia longe e também atingia uma boa altura. Por ele ser um balanço mais radical ele ficou preocupado e orientou que nenhuma criança brincasse ali sem a presença de um adulto responsável.
Os pais, tios e tias ou outras pessoas responsáveis pelas crianças começaram a trazê-las para brincar no balanço. Foi um sucesso! Todas as crianças adoraram e até alguns adultos também.
A noite estava quente e abafada à tia Angélica, irmã do pai dela, que era solteirona e morava com eles, perguntou para a sobrinha se ela não queria acompanhá-la até a pracinha. A menina aceitou.
Quando elas chegaram na praça a tia perguntou se ela não queria balançar, ela aceitou. A garotinha ficou balançando um pouquinho e logo a tia Angélica, que à tarde já tinha ficado com vontade de balançar, resolveu dar uma experimentada no balanço.
Ela sentou-se no balanço e foi uma vez e depois voltou...Ela tentou balançar mais um pouco, mas não deu, a madeira do balanço partiu-se ao meio e a tia Angélica caiu no chão de terra batida que tinha um pouco de grama. No entanto, a pouca vegetação não foi o suficiente para amenizar o impacto da queda e ela ficou com algumas luxações pelo corpo.
Na manhã seguinte todos estavam lá na praça para brincar com as crianças e não foi possível porque o balanço estava quebrado. O pai da menina foi até a praça e depois voltou para casa para tentar arrumar uma madeira para colocar no balanço e disse:
Onde é nós vamos parar! Estes vagabundos não perdoam nem os brinquedos das crianças. Puxa vida eu coloquei Ontem! Ontem!
Esses desocupados. Trabalhar ninguém quer, mas ficar por ai vadiando...
Ninguém comentou nada, Nem a irmã e nem a filha ousaram abrir a boca. O homem tava uma fera!
Edilson Rodrigues Silva