Eles estavam lá na reserva da Juréia. A cachoeira era maravilhosa. De tanto que os colegas falaram daquele lugar eles resolveram conhecer. Junto às corredeiras de águas cristalinas havia muitas pedras, piscinas naturais com água fresca e transparente. As águas são tão transparentes que o visitante pode enxergar as pedras do fundo do rio e também os peixes. Realmente é um lugar muito lindo, um lugar maravilhoso que todos devem preservar.
Ele, como era o cara mais agitado da turma, pulava de uma pedra para outra e ficava se arriscando cada vez mais. O cara era tão maluco que resolveu fazer o tal de “parkour” uma técnica de deslocamento rápida entre diversos tipos de obstáculos - logo ali naquelas pedras tão escorregadias.
No começo ele estava indo muito bem porque as pedras eram menores e estavam mais secas. No entanto, conforme ele foi subindo ele passou a pisar em pedras maiores e mais úmidas. Ele era bom naquilo, mas o pessoal estava preocupado porque ninguém tinha ido ali para ficar estressado, ficar nervoso e nem ficar cuidando de ninguém. O pessoal queria mais era passear e curtir a exuberante natureza e se divertir. Por isso os amigos falavam para ele deixar daquilo, pegar leve e procurar fazer uma coisa mais segura. Ele, como era de se esperar, nem deu atenção prá galera, continuou firme na atividade radical. O pessoal achou uma pedra legal e ficaram ali sentados apreciando o barulho da água correndo, os pássaros cantando e tomando um pouquinho de sol.
De repente eles olharam e perceberam que o atleta do grupo ao tentar saltar sobre uma rocha enorme escorregou e desceu pedra abaixo. O pessoal correu para ver se o cara tava legal, para a felicidade de todos, não havia acontecido nada de mais grave com ele somente luxações e raladas diversas. Infelizmente nem tudo ficou as mil maravilhas: Na queda o rapaz desceu raspando tudo na pedra, costas, braços e também o bumbum. A região glútea ficou bastante ralada a ponto de o calção dele, que era feito daqueles tecidos elásticos, rasgar e deixar metade da vergonha para fora. No começo o pessoal deu risada, mas como estava ralado e doendo muito a turma conseguiu outra blusa para ele se cobrir. Depois tiveram que levar ele para o médico lá em Peruíbe.
A galera tinha razão de ficar preocupada.
Edilson Rodrigues Silva
