- Paulão você não vai acreditar cara!
Falou o primeiro amigo.
- Se eu não vou acreditar então porque
é que você tá falando comigo. Respondeu o Paulão.
- É sério meu!
- É sério o quê. Perguntou o Paulão.
- Meu! Eu tenho certeza que eu vi o
Zelão ali. Disse o primeiro amigo.
- Zelão? Que Zelão? Perguntou o
Paulão.
- O Zelão, o Filho da Dona Laurinha.
- Quem? O Zelão aqui? Nem a pau
Juvenal! Pô meu! Não foi você que me disse que tinha parado de beber? Ou isso é
só por causa da emoção. Comentou o Paulão.
- Aê Paulão! Pega leve meu! Só vou ignorar
esse esculacho aí porque você é meu bróder heim. Pô cara se eu tô falando que
vi o Zelão é porque eu vi mesmo meu. ...Olha lá!...Olha lá... Saca só aquele
carinha ali de boné e que está com uma toalha enrolada nos pescoço... Olha lá
se não é ele?
- Quando o Paulão foi olhar para ver
se era mesmo o Zelão, o homem se meteu no meio do povo e, feito Mister M,
desapareceu mais rápido que salário de pobre. Nisso o Paulão ficou na dúvida:
Será que era o Zelão? Aqui? Não é
possível! O cara falou que jamais faria isso. E olha que o Zelão era o tipo do cara
firmeza. Quando ele falava uma coisa ele cumpria. Pensou o Paulão.
Depois do evento, o primeiro amigo e o
Paulão foram caminhando em direção ao metrô. Para a surpresa de ambos, no
caminho eles acabaram se encontrando com
quem?
Como o Zelão?
Não! Com o Marinho. Ora! Quem é esse
Marinho? O Marinho é um rapaz que era amigo tanto dos rapazes quanto do Zelão. Conversa vai, conversa vem, o Marinho também tinha visto o
Zelão por ali.
- Quer dizer que é verdade que o Zelão estava aqui assistindo o jogo do Santos? O cara falou que o Santos não tava com nada,
que o Neymar era boleiro e coisa e tal... Agora eu não entendi nada. O que é que
ele, um corintiano roxo e fanático como ele, veio fazer aqui no jogo do peixe?
Perguntou o Paulão.
- Eu cruzei com ele no intervalo, ele
estava perto da lanchonete. Eu quase não o reconheci. O cara estava muito estranho.
Eu também fiquei surpreso de encontrar ele aqui. Ele disse que veio só para trazer
um sobrinho dele. Eu não vi o sobrinho. Acho que o moleque estava na
arquibancada com outros parentes... Isso! Acho que foi isso mesmo que ele
falou. Disse o Marinho.
Eles não acreditaram muito naquela história
pra boi dormir. Os dois amigos se despediram do Marinho e foram embora. Assim
que eles se afastaram uns cinqüenta metros foi possível ouvir os gritos do Zelão.
Ao se virarem para ver o que estava acontecendo eles puderam ver o fanático
corintiano vibrando de alegria.
- Marinhoooo!...Marinhoooo!.. Uhúúú!...Aê
mano! Saca só o que eu consegui: A camisa do Neymar... Que sorte mano!...Que
sorte!
Edilson Rodrigues Silva