Aquelas férias com os sobrinhos tinham sido maravilhosas. Embora os garotos viessem de vez em quando passar uns dias lá no sitio, nada se comparava aquelas férias de Julho que, agora estavam chegando ao fim. Tinham sido dias de muita alegria e felicidade.
Agora que os meninos tinham crescido
mais um pouco os tios puderam fazer uns passeios bem legais na companhia deles.
Eles visitaram as belas fazendas da
região. Passearam de cavalo. Pescaram, andaram pelos pastos e pelos cafezais e
se divertiram a beça.
À noite então. Naqueles dias de
inverno eles faziam uma pequena fogueira no terreiro e,ali nas brasas, eles assavam
milho, pinhão e esquentavam o delicioso quentão. Sem deixar de lado, é claro,a tradicional
cantoria e nem a indispensável contagem de causos.
Os meninos estavam prontos para voltar
para a capital, mas um acontecimento em particular ninguém ali iria esquecer
tão cedo:
Como as noites de julho estavam muito
frias, os tios resolveram colocar os moleques para dormirem todos juntos. Assim eles
poderiam se aquecer melhor.
O irmão do meio contou que durante a
noite ele acordou assustado porque o irmão mais novo despertou feito um maluco e gritava desesperadamente:
-Socorroooo! Eu não estou sentindo a
minha pernaaaa!...Eu perdi a minha perna!...Eu belisco a minha perna e não
sinto nadaaaa!
Foi quando o irmão mais velho resmungou irritado:
-Vai dormir moleque!...Você vai é ganhar
um soco no olho se você continuar a beliscar a minha perna!
Edilson Rodrigues Silva