A senhora havia contratado ele para fazer alguns reparos na chácara dela já que não havia ali ninguém que pudesse fazer aquele tipo de serviço, pois naquela casa viviam apenas três mulheres: ela, a mãe dela e a filha dela que durante o dia estudava na cidade.
O serviço era volumoso, mas nada muito complicado. Ele teria que arrumar uma parte do telhado da casa principal, alguns encanamentos, fazer novas ligações elétricas, podar umas árvores e concertar uma cerca.
Ele já tinha feito grande parte do serviço e agora só estava faltando consertar a cerca. Dentro do cercado havia somente um bode e não haveria maiores problemas porque, segundo a dona, o bode era um animal manso e tranqüilo.
Aquele bode não era um animal comum, era um bode bem grande, assim como era grande a carência dele. Ele estava cheio de amor para dar, o apaixonado animal tinha gostado dele logo da primeira vez que o viu
Ele constatou que: O bode poderia ser até manso, mas tranqüilo, não era não! Quando ele estava tentando arrumar a cerca o bode vinha cheio de manha, todo assanhado, cheio de carinho e querendo ter um romance com ele de qualquer jeito.
No principio ele tentou arrumar a cerca com o bode lá, mas assim que ele abaixava para fazer algum trabalho o assédio era grande, o bode não dava refresco não, ele não dormia no ponto, o carente queria namorar a toda hora. Ele já estava ficando preocupado com aquele amor do bode, porque ele não estava sendo correspondido. Como todos sabem um amor não correspondido vira ódio e agressão num piscar de olhos. Ele tentou fazer o bode mudar de idéia, mas o animal não queria saber desse negócio separação não.
Como ele precisava arrumar a cerca, Ele foi obrigado a pedir para a dona do simpático animal para que ela arrumasse outro lugar para ele. A senhora o colocou num outro cercado próximo onde ele ficou junto com um cavalo.
Enquanto ele estava arrumando a cerca ele olhava o bode no outro cercado e ficava surpreso com o comportamento do animal. O apaixonado bode ficava nas duas patas traseiras e apoiava as duas patas dianteiras sobre a cerca e ficava berrando:
Mééééééééé´! Mééééééééé´!
Ele pensou assim:
Ah! Como eu queria uma namorada que me amasse tanto assim.
Edilson Rodrigues Silva
