Elas sempre estavam se encontrando no parque, ambas gostavam muito de caminhar e passear pelo maravilhoso lugar que era repleto de árvores e animais diversos. Mesmo se encontrando muitas vezes elas jamais tinham conversado.
Outro dia, numa coincidência destas difíceis de acreditar, as duas mulheres se encontraram e, como estava cada uma com o seu cachorro, desta vez elas trocaram algumas palavras. É claro! O assunto da conversa girou em torno dos cachorros. Cada uma das mulheres começou a falar do seu cãozinho.
- O meu cachorro, o belo, é um weimaraner legítimo, tem até “pedigree”. Disse a primeira mulher.
- É mesmo! Ele é muito bonito mesmo. O meu, Bobinho, também tem “pedigree” ele é de uma linhagem de campeões. Ele vem de um criador aqui do Mandaqui que é especializado na criação de pastor Belga. Disse a segunda senhora.
E foram caminhando e conversando sobre cachorros e sobre amenidades. Elas passeavam pelo parque todo quando chegaram numa área descampada que era rodeada por uma pequena mata. Ali elas sentaram-se e continuaram a conversar e a observar os cães brincando.
De longe elas estavam vendo que os animais haviam encontrado alguma coisa no gramado. Os animais estavam cheirando, cheirando e depois começaram a rolar sobre o gramado.
As mulheres ficaram curiosas e resolveram ver o que é que os cachorros tinham encontrado. Para a surpresa e ao mesmo tempo uma terrível decepção delas os cães tinham se esfregado numa carcaça de gambá que já estava morto ali há muitos dias.
Ambas ficaram quietas e, com certeza, estavam pensando que apesar da origem ou da classe social dos cães, eles eram simplesmente cães.
Edilson Rodrigues Silva
