Aquela firma fabricava plugues folheados a ouro que eram utilizados em equipamentos eletrônicos diversos.
Para fugir da agitação e da insegurança da cidade grande os proprietários resolveram mudar a fábrica para o interior do estado de São Paulo.
Depois de seis longos meses planejando minuciosamente aquele que seria o maior assalto do ano a quadrilha estava prestes a colocar em prática o tão planejado assalto. Eles procuraram não se lembrar do último projeto quando seqüestraram um cavalo pensando que era o grande campeão do turfe paulista e no final era só um pangaré que o esperto do proprietário havia colocado no lugar dele.
Agora, o túnel estava pronto. Depois de meses de escavação chegou o momento de invadir a fábrica e perfurar o cofre onde estavam guardados os lingotes de ouro e cobre. No túnel havia inclusive um carrinho especial para carregar as barras de metais pesados.
Havia chegado a hora! Era noite. A cidade em peso estava numa festa religiosa na qual a maioria da população participava. Primeiro haveria a procissão e depois a queima de fogos. A invasão da empresa seria realizada justamente no momento em que os fogos estivessem pipocando pelo ar. Cavaram até dar de cara com o piso da sala do cofre e ficaram ali dentro do túnel jogando cartas e esperando o tempo passar. Por telefone, eles foram avisados do inicio da queima de fogos.
Iniciaram a invasão rompendo o duro piso do cofre. O primeiro homem que colocou a cabeça dentro do inexplorado ambiente foi calorosamente recepcionado por dois seguranças que estavam jantando numa sala ao lado do cofre. Apontando as suas armas para a cabeça do bandido, num gesto de extrema cordialidade um dos seguranças perguntou:
- Vocês não vão dar a desculpa idiota que são apenas entregadores de pizza não é?
Edilson Rodrigues Silva
Edilson Rodrigues Silva