Mais tarde quando seu noivo apareceu na sua casa ela o recebeu sem a felicidade e o carinho de sempre. Ao sentir tamanho gelo e, vendo no semblante da amada que algo não estava muito bem, o rapaz perguntou qual a razão para tão grande mudança de tratamento sendo que ontem mesmo estava tudo tão harmônico entre eles.
Ela abriu o seu despedaçado coração e expôs a ele a grande decepção que ela teve ao ver ele naquela loja vendo roupinhas com uma sirigaita qualquer. Imediatamente o noivo dela procurou justificar-se e, com a intenção de esclarecer todo aquele mal entendido disse:
- Foi tudo culpa do Eyjafjallajokull.
- De quemmm? Estranhou a moça.
- Do Eyjafjallajokull, o vulcão da Finlândia que lançou no ar uma enorme cortina de fumaça o que causou a paralisação de boa parte do tráfego aéreo na Europa. Esclareceu o rapaz.
- O que é que tem a ver este tal vulcão da Finlândia com aquela safadeza que eu vi lá na loja? Essa desculpa é a coisa mais idiota que eu já ouvi em toda a minha vida. Além de cafajeste e sem vergonha você ainda me vem com essa.
- Tudo começou quando eu fui escovar a Mel, a minha cadelinha yorkshire, que você conhece muito bem. Ao escová-la encontrei uma pulga que parecia um elefante de tão gorda por isso resolvi levá-la para o pet shop para um banho e tosa. A veterinária que estava cuidando da Mel estava muito preocupada com os acontecimentos na Europa porque uma das suas filhas deveria retornar da Holanda e não estava conseguindo. Num determinado momento, de olho no noticiário sobre o caos aéreo na Europa, ela distrai-se e cortou demais o pêlo da Mel. Para acertar a altura do Pêlo da coitadinha, ela foi obrigada a deixar a Melzinha completamente pelada.
Como você sabe o frio está chegando e eu justamente estava lá na loja vendo uma blusinhas e roupinhas para colocar na Mel. Era só isso!
- Só isso mesmooo? perguntou a garota.
- Claro amor! Você sabe que eu te amo muito. Não sei como você pôde desconfiar de mim deste jeito.
- Ah, amor! Desculpe-me, não consegui evitar. É como diz o ditado: Onde há fumaça...Quero dizer, nem sempre há fogo.
Edilson Rodrigues Silva.