O time da escola estava perdendo feio, na verdade ele estava sendo humilhado. O adversário, o time visitante, estava ganhando de três a zero fora o chocolate. Vencer aquele jogo era fundamental para que eles pudessem prosseguir na competição.
O técnico já havia feito duas substituições e só restavam mais uma. O craque do time estava se recuperando de uma grave contusão e por isso não estava na sua melhor forma. O time adversário era só pressão. Eles já haviam feito três gols e se não fosse feito alguma coisa o time local ia levar uma sacola de gols pra casa.
- Irmã! Rápido, vá se aquecer! Disse o técnico.
- Quemm?...Euuu?...Perguntou surpresa a irmã.
- É!...É a senhora mesmo. Prepare-se para jogar! Não temos mais ninguém para entrar somente você. A senhora, embora seja somente a minha assistente eu já estive observando você jogando com os meninos e, devo confessar, fiquei bastante surpreso com a sua habilidade. Vai lá irmã! E, com a sua garra e motivação mostre para essa molecada quem é que manda aqui.
Assim que a irmã entrou em campo os garotos da equipe adversária começaram a debochar da equipe da casa. Eles diziam:
- Olha lá os caras, já estão pedindo até ajuda divina! Daqui a pouco eles vão chamar a mamãe prá jogar.
Ouvindo isso a irmã logo se reuniu com os garotos e passou as novas ordens do técnico. E disse:
- Eu vou jogar infiltrada na zaga do adversário procurem me passar à bola e o resto pode deixar comigo. Cuidem bem da nossa defesa e atenção com o passe no meio campo. Vamos lá garotos! Garra! Disse a motivada religiosa.
Jogando diferente, o time da casa, agora, já havia diminuído a grande diferença no placar. A irmã, com uma assistência fenomenal deixou o craque do time diante do gol e este não vacilou e empatou o jogo. A torcida local não se continha de tanta emoção e entusiasmo diante da incrível recuperação da equipe do colégio.
- Vamos garotos! Força! Agora é a hora da superação, vamos lá rapazes, nós vamos conseguir. Incentivava e motivava a irmã guerreira.
Num lance prá lá de espetacular a irmã recebeu a bola na meia canja fez que ia para um lado, voltou, e foi para o outro lado. Ficou de frente para o zagueiro, deu umas três pedaladas à Robinho, o zagueiro não conseguiu ver nada, muito menos a bola, pois ela estava embaixo do hábito da habilidosa religiosa. Quando o zagueirão se deu conta ele já tinha levado o drible da vaca e do boi também o que fez com que a irmã ficasse de frente para a glória. Ela deu mais duas pedaladas, deixou o goleirão todo atordoado e sem rumo. Foi aí que, Vuuupt! Num oportunismo que só se vê nos grandes artilheiros, numa lance de raciocínio rápido, grande inteligência ela fez uma beleza de jogada, colocando a bola bem apertadinha entre as chuteiras ela deu um jogo de calcanhar e chapelou o arqueiro que desesperadamente tentou pegar a bola, mas não teve jeito. A pelota passou por cima dele inalcançável e quando chegou ao outro lado a habilidosa freira deu um belo chute e estufou a rede. A bola foi morrer mansamente lá nos fundos do gol. A irmã foi buscar a bola e, gritando e pulando de emoção, ela correu para abraçar a madre superiora, a garotada e as outras irmãs. Ela era só euforia diante da grande virada.
Edilson Rodrigues Silva