- Amor! Aquele ali não é o Rafael o seu amigo que é metido a intelectual? Disse a esposa dele.
- Metido a Intelectual! Aonde? Perguntou o marido.
- Aquele ali de casaco e chapéu. Respondeu a mulher.
- Não sei não! Tá tão difícil de ver. O homem está todo encoberto. Será que é ele?
- Eu acho que é sim. Disse a mulher.
- Mas o Rafinha tem aversão ao Roberto Carlos, ele sempre falou que o Roberto era, no Brasil, o grande rei do brega. Disse o homem.
- É, eu me lembro muito bem daquela vez que ele te chamou de Zé povinho. Para ele, música de qualidade era só a legítima MPB e outras músicas do circuito alternativo. Disse a companheira.
- Então! Não tem a menor chance de ser ele. Imagina o Rafael estar, justamente, aqui na exposição em homenagem aos cinqüenta anos de carreira do Roberto Carlos. Disse o homem.
- Vamos nos aproximar. Ele está lá perto dos discos de ouro. Disse a mulher.
-Vamos! Concordou o marido.
O casal ficou ali ao lado do suspeito e este evitava a todo custo ficar muito próximo deles. Quando o homem misterioso percebia alguma aproximação do casal logo tomava outra direção e evitava assim qualquer tipo de contato. Foi quando a mulher disse ao marido:
- Amor! Vamos lá falar com ele?
O marido, querendo resolver logo aquele mistério, falou que sim. Eles abordaram o homem do chapéu e quando ele virou-se eles disseram:
- Rafael! Tudo bem com você? Que surpresa, você aqui na exposição do Roberto Carlos? Você aprendeu a gostar do Robertão?
- Comigo tudo ótimo e vocês como estão? Exposição do Roberto Carlos? Eu? Aqui não é uma exposição sobre a Bossa Nova? tentou disfarçar o intelectual.
- Claro que não! A exposição sobre a bossa nova já terminou. Está é a exposição em homenagem aos cinqüenta anos da carreira do Roberto Carlos. Disse o companheiro.
- Ah! Que engano terrível! E eu pensando que era a exposição em homenagem aos cinqüenta anos do maravilhoso movimento da bossa nova. Então não me resta muito a fazer a não ser ir embora. Disse o intelectual.
- Você não quer ficar mais um pouco? Não quer assistir partes dos filmes do Roberto com a gente. Disse a esposa.
- Que absurdo! Vocês sabem muito bem que eu detesto este tipo de cultura popular. Aliás, tenho aversão a certos artistas. Passar bem! E, incomodado, foi embora o letrado.
Um minuto depois...
- Amor! Ele não me enganou. Quando nós chegamos aqui ele estava lá no computador ouvindo alguns dos grandes sucessos do Roberto e se não me engano ele estava até mexendo o corpo. Disse a esposa.
- É verdade amor! E tem mais. Eu senti que ele não queria ir embora. E se você olhar bem, ali à direita você vai ver que ele está lá atrás daquela coluna esperando a gente ir embora. É fogo né? É cada uma que aparece? Disse o inconformado marido.
Edilson Rodrigues Silva
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