Mal dava para acreditar que, depois de tantos e tantos anos o seu coração, agora, tomado de imensa alegria estava realmente vivendo aquele momento histórico. Quem diria que um dia ele ainda ia presenciar aquele maravilhoso triunfo. Sim! Era verdade. O Curingão estava lá no fantástico Estádio Internacional em Yokohama no Japão. CAMPEÃO MUNDIAL! E o melhor, prá cima do excelente time do Boca Juniors da Argentina
Neste mesmo templo onde o São Paulo futebol Clube havia anos atrás carimbado o exclusivo, o Fantástico, o Explêndido, o Fabuloso e maravilhoso titulo de tricampeão mundial de clubes da FIFA. Bem! Essa parte do São Paulo deixa prá lá. Isso é coisa do passado. O que importava mesmo era o momento, o presente! E que presente! O Curingão campeão mundial de clubes pela FIFA. Muito demais!
Ele, ali, vendo aquela torcida eufórica, vibrante e que estava num êxtase coletivo diante daquela maravilhosa conquista, nem se lembrava mais do sofrimento de tantos e tantos anos de espera e decepção. Naquela noite, como não podia ser diferente, eles sofreram mais uma vez durante os noventa minutos da derradeira partida. Partida! Jogo! Aquilo ali não tinha sido jogo coisa nenhuma. Naquele estádio, naquela noite memorável tinha ocorrido uma verdadeira batalha campal onde sobraram somente onze valentes e inoxidáveis heróis, responsáveis por aquela conquista maravilhosa, e por colocar no rosto da nação corintiana uma alegria sem fim.
Como se estivessem no próprio Parque São Jorge ou no Pacaembu. O time era ovacionado pela massa apaixonada que cruzará imensos oceanos confiantes na chuva de papel prateado. Ele estava ali ao lado do alambrado só curtindo aquele momento inesquecível, foi quando os jogadores se aproximaram da onde ele estava. Os heróis, estavam dando a tradicional volta olímpica. Eles levavam nas mãos a recompensa do time para uma torcida mais que teimosa, uma torcida louca e fiel até o último apito! .
Era muito para um coração já capenga e tarimbado pelos muitos e muitos anos de sofrimento... Não dava para acreditar... Por cima do alambrado ela voou e mansamente caiu em suas mãos... A camisa do fenômeno! ...Ah! Aí foi demais! ...Já não dava mais para segura, ele tinha que gritar e gritar de tanta emoção...
Curintiaaaaaaa! Curintiaaaaaaa! Curintiaaaaaaa!
- Homi, acordaaaaa! Que diacho de gritaria maluca é essa? Ocê tá ficando doido! Cê num tá vendo que o ônibus está lotado... Eu heim! Ô homi lunático!
Edilson Rodrigues Silva
