Hummm! Que tapetinho macio, fofinho, rola de um lado para o outro, levanta, dá uma voltinha, espreguiça e volta a deitar. Afia um pouco as unhas naquele excelente tapete e depois continua a exploração do território desconhecido.
Ei! Quem é você? - falando para seu próprio reflexo no espelho - pois ele jamais havia visto o seu reflexo num espelho.
È por isso que não me deixavam entrar aqui, é por causa deste estranho.
Vou dar um jeito nisso.
Devagarzinho foi novamente até o lugar onde ele tinha observado e desmascarado aquele intrometido. Ele ia dar-lhe uma lição que seria o suficiente para que ele saísse em desabalada carreira e só parasse depois de um ano. Aproximou-se muito lentamente e, assim que ficou frente a frente com o temível adversário, arrepiou-se todo e soltou um terrível miado: miiiaaaauuuuuu!
Bobagem, não adiantou nada, o inimigo respondeu à altura e fez a mesmíssima coisa para ele e parece até que o troco foi mais agressivo ainda. Resolveu enfrentar pata a pata o metido, foi até lá e começou a pular de um lado para o outro simulando o ataque fatal, mas o seu oponente era muito precavido e não saia para o duelo final.
Ele cheirava e nada, dava uma voltinha e nada. Ele já estava ficando irritado com a altivez do invasor .
Pronto! Agora ele ficou estressado, ele iria para o tudo ou nada. Pegou distância e deu uma carreira em direção ao metido... Ploooft! Estatelou o cocuruto no espelho e ficou com um galo do tamanho de um ovo.
Uííííí! Aiiiiiii! Que pancada! Bem, vamos deixar prá lá esse negócio de querer dominar tudo, já num tom mais resignado, ou melhor, mais humilhado. Ele pensava:
Eu sempre vivi bem sem ele e ele sem mim para que mexer agora em time que está ganhando, é ou não é? Cada gato no seu tapetinho.
Edilson Rodrigues Silva