Ela, hoje, com cinqüenta anos já havia visto muitas coisas. Ela ficava imaginando e lembrando-se de todos que passaram por ali para provar dos seus frutos maravilhosos. Quantas famílias de passarinhos. Quantos animaizinhos terrestres se alimentaram das suas goiabas durante esse tempo todo.
Passaram-se muitas e muitas floradas, tempos de muito calor e também de muito frio. Uma coisa que a deixava feliz era saber que todos gostavam dos seus frutos. Ficavam esperando ela gerar aquelas goiabas carnudas e cheirosas. Como nada é perfeito neste mundo, algumas tinham bichos, ora, eles também eram filhos de deus e gostavam de uma goiaba.
Hum! E as combinações. Às vezes às pessoas ficavam ali colhendo as frutas e falavam o que iriam fazer: Goiabada cascão, goiabada com queijo minas, bolo de goiaba, goiaba em conserva e etc. ela ficava toda orgulhosa de saber que era apreciada de tantas maneiras diferentes e por pessoas de todas as idades.
Em especial, tinha uma coisa que ela gostava muito e, que, deixava ela bastante emocionada: Era quando a molecada subia nos seus galhos para ficar comendo as goiabas mais amarelinhas e também àquela bitelonas que ainda estavam meio verdes.
Eles comiam, comiam até ficar de barriga cheia e depois iam embora satisfeitos. E ela mais feliz ainda de ter feito a alegria de mais uma geração de crianças que, quando tornarem-se adultos vão olhar para ela e terão o mesmo carinho e saudades que ela tem por todos eles.
Edilson Rodrigues Silva