- Chefe, hoje eu não vou
trabalhar.
- Não! Porque não? O que
aconteceu?
- Agora está tudo bem, mas
eu ainda estou aqui no hospital. Daqui a pouco eu vou tirar um raio x e depois
eu vou para casa repousar.
- Como assim repousar? E o
projeto do Farias?
- Chefe! Hoje não dá. Quem
sabe amanhã. Hoje não dá mesmo.
- Afinal de contas, o que
foi que aconteceu com você? Você está mal?
- Agora não. Já estou bem
melhor. Tudo isso foi por culpa da Mariana.
- Mariana! Quem é a
Mariana?
- É a amiga da minha
filha.
- Amiga da sua filha? E o
que é que tem essa Mariana a ver com o fato de você não aparecer na firma hoje?
- Ela deu um gato para a
minha filha
- Um gato? Agora é que eu
não estou entendendo mais nada. Você está bem homem. Já sei você deve ter
batido com a cabeça em algum lugar. E o que é que tem a ver o gato com essa
história maluca?
- Chefe! Eu acordei a
noite e estava morrendo de sede. Eu não acendi a luz e eu fui em direção a
cozinha para beber um pouco de água. Eu não vi o diacho do gato que estava deitado
lá no chão da sala, eu tropecei no bichado e bati com muita força o
meu dedinho do pé direito bem na quina da mesa.
Chefe! O senhor já lascou
o dedinho do pé na quina da mesa?
- Eu não. E nem quero!
- Faz bem o senhor. Porque
o negócio dói chefe. Eu pulei mais que pipoca em óleo fervendo. O negócio dói
tanto que eu não desejo isso nem para o senhor
Edilson Rodrigues
Silva