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Cara! Nem me fale de banco. Falou o primeiro amigo.
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Pois é! Mas não tem jeito. Eu também não gosto, mas todo mundo tem que pagar as
contas. A gente precisa do banco. O que ninguém merece é esse negócio de pegar
fila. A gente não agüenta mais pegar fila para tudo. O negócio está complicado...
Comentou o segundo amigo.
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Só de ouvir você falar nisso eu já estou me lembrando de um dia que eu ainda
trabalhava numa empresa de cobrança e estava quase na hora dos bancos fecharem.
Eu estava dentro de uma agência e ainda precisava ir até o outro banco que
ficava na mesma rua. Quando eu vi que não ia dar tempo eu perguntei ao segurança
se ele me deixava pegar a fila dos idosos porque lá só tinha duas pessoas.
Beleza! O carinha foi super legal comigo e acabou concordando.
Meu!
Naquele dia eu estava pra lá de azardo. Olha só o que aconteceu. Quando o tiozinho
que estava na minha frente chegou ao caixa ele sacou um baita pacotão de contas
e jogou pra cima do coitado do caixa. Eu olhei aquilo e na hora já me bateu aquele
desespero. O caixa então, coitado do cara, o cidadão quase teve um colapso. O
tiozinho devia ser o oficce boy mais antigo do Brasil. Cara, que nervoso que
deu, Eu fiquei tão estressado com aquela situação que a única coisa que eu conseguia
fazer era dar risada. Dar risada para não chorar né?
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E aí? Conseguiu fazer o que você tinha que fazer no outro banco?
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Claro que não. Aquele dia foi dose. Aquele tiozinho sacando aquele pacote de
contas gigante eu nunca mais vou esquecer. E também não vou esquecer a cara de
desepero que o coitado do caixa fez quando ele viu aquele singelo senhor
sacando aquela pequena surpresa justamente um pouco antes do banco fechar.
Edilson
Rodrigues Silva