Depois
de meses e meses de muita dedicação ao difícil aprendizado da língua japonesa a
garota resolveu perguntar para a professora dela o que ela poderia fazer para praticar
o uso da língua.
A
professora disse que ela poderia entrar em contato com os japoneses nativos
para ver se ela já entendia o que eles falavam. Assim ela poderia avaliar se
ela já havia ou não dominado os difíceis conceitos que ela tinha aprendido nos
últimos tempos.
-
Uma coisa que eu acho bastante interessante é você ir até o aeroporto e ver se você
consegue entender o que os japoneses que desembarcam aqui no Brasil falam.
Sugeriu a professora.
-
Legal! Vou aproveitar essa ideia.
Lá
foi a moça para o Aeroporto internacional de Guarulhos. Mais especificamente para
a ala de desembarque internacional dos vôos que chegavam do distante Japão.
O
plano era muito simples. Ela ficaria ali no aeroporto e assim que ela avistasse
algum japonês dialogando ela se aproximaria para tentar entender do que ele
estava conversando.
Ela
esperou um tempinho e nada. Esperou mais um pouco e nada. Depois de trinta
minutos ela observou três japoneses que haviam acabado de sair pelo portão do
desembarque. Ela se arrumou e começou a seguir os rapazes. Eles se sentaram nos
bancos próximos a lanchonete. Ela se sentou ali ao lado deles.
Cinco
minutos se passaram e nada de diálogos. Ela pensou: como esses japoneses são
reservados.
Mais
dois minutos e nada de conversas. Até que enfim, finalmente, um dos rapazes,
cansado daquela terrível espera, resolveu romper com aquele inquietante
silêncio:
-
O tio Sato falou que o motorista da van estaria aqui às 16 horas. Já são 16h15min, vocês acham melhor ligar para
ele e dizer que a gente já chegou. Falou um dos rapazes no bom e velho português.
Edilson
Rodrigues Silva