Quando o novo agrônomo chegou ali na zona rural da cidade, ele deu de cara com o mineiriho deitado na estrada, O homem estava com a cabeça encostada no chão, chapéu de paia prá lá, queijim prá acolá, e ao lado dele, havia ainda uma baita panelona daquelas bem bitelona de fazê docê di abôbora.
Dia seu Tião! O que o senhor conta de novo?
Aiiiiiii! Sô!... Nadica di nada não. É só Um bando de ciganos...
Ciganos por aqui? De carro ou carroça? Quantos? Curioso, imediatamente, o agrônomo já foi enchendo o minerinho de questionamentos.
Huuuummmm..Uiiiiiiii! .. umas quatro carroças!
- Que mais? São muitos? Perguntou o agrônomo bastante interessado pela visita inesperada e bastante diferente...
Na premera carroça, que é puxada por dois cavalos brancos bem encorpado, tem um home e uma muié. Na sigunda carroça tamém vai uma muié nova e uma mais ixperiente e, ela é puxada por dois cavalo mais carminhos, Na tercera, que é puxada por duas mulas jovens vai um home, duas muié e dois muleque. Na quarta, que é puxada por um cavalo maiado bem desenvorvido e um pouco capenga de uma das banda, vai um home sozinho, só que está carroça carrega todos os trem da famía.
O agrônomo estava completamente admirado com o conhecimento daquele simples homem do campo. O sábio senhor, continuou a falar:
O cavalo da úrtima carroça tá sem uma ferradura e a roda tá carecendo de ser ajeitada e dispois engraxada....
Cumpadre Tião, que coisa maravilhosa! Aonde é que o senhor aprendeu essa técnica fantástica de interpretar as coisas só pelo som que elas têm, é espantoso!
Uai!.. Dotô tem mistério ninhum não! faiz um cadim di tempo que o trem passô aqui, deu um safanão em mim e eu cai estatelado aqui no chão, e dispois, com o saculejo da úrtima carroça ainda levei esta panelada na cabeça!
Ai! Tá doendo muitho, doutô!
Adaptado da Internet