No final do crepúsculo, na boca da noite a turma resolveu fazer uma longa caminhada pela praia. Eles tinham combinado de ir até a ponta da praia que ficava mais distante e depois voltariam ao ponto de origem.
Como era longe, no meio do caminho caiu sobre eles à escuridão na noite. As garotas, já com medo falaram para os rapazes que queriam voltar para o camping. Como eles estavam caminhando por uma praia deserta a única iluminação era a própria luz da lua. Às sete horas da noite a praia virou um breu total, todo mundo procurava andar o mais junto possível para se proteger.
Quando eles estavam andando de volta para o acampamento eles procuravam conversar para fazer o tempo e o medo passar. Num determinado momento alguém avistou logo à frente, sobre a areia, um vulto escuro que, a princípio, parecia um pedaço de madeira enorme, um tronco de árvore. Uma das meninas até fez um comentário dizendo como é que aquele tronco tão grande tinha aparecido ali na praia se na ida eles nem tinham notado nada.
Assim que ela terminou de falar deu uns segundos e tronco começou a se mexer e a fazer uns barulhos estranhos. O medo foi geral e quem se mexeu mesmo foi à galera, a turma toda começou a gritar e a correr em disparada pela praia gritando:
- Aí minha mãe do Céu! Gritava uma garota.
- Corre! Corre! , falava um dos rapazes.
- Vixi Maria me ajuda mãinha! Falava o outro garoto.
Enfim todo mundo saiu correndo e ninguém pensou em olhar para trás e, muito menos ficar lá para ver o que era ou o que deixou de ser aquilo. O medo foi tamanho que o pessoal só parou de correr bem mais a frente quando perceberam que não havia perigo nenhum.
Depois eles ficaram comentando quem é que tinha gritado mais, quem correu mais e teve gente que até fez xixi nas calças. O mais interessante é que eles até hoje não sabem o que era aquilo. Um falou que era um tronco mesmo, outro disse que era um homem deitado, o outro acha que era um bicho e assim vai.
Edilson Rodrigues Silva