Todas as tardes ela ficava ali no portão esperando para ver se ele passava pela rua. Ela não queria muito não, só um carinho, um cafuné, uma palavra amiga. Pois já fazia mais de uma semana que ele não aparecia. Ela já estava ficando triste por causa da ausência dele, ela sentia saudades. Afinal de contas ela já havia se acostumado com a visita dele. Ele era muito atencioso, carinhoso e muito alegre.
Foi anoitecendo e nada dele aparecer. Foi mais um dia de espera, agora já era hora de entrar e descansar. Amanhã será um novo dia e as esperanças serão renovadas, tudo será diferente, ele há de aparecer, tenho certeza! Pensou ela.
Lá estava ela no lugar de sempre, ao ver a silueta dele no fundo da rua o seu coração disparou e ela ficou cheia de alegria e felicidade. Ela tinha certeza que ele viria. Assim que ele chegou perto, ele já foi abraçando, fazendo um carinho na cabeça, coçando os pelos dela e dando o nariz e a orelha para ela lamber.
Esses animais. Que alma bonita que eles têm, pensava ele. Ele havia viajado e estava com saudades de passar pela rua e fazer carinho nela, ele fazia isso quase todas sa tardes quando saia para ir para a escola. Todas as vezes que ele passava pela rua ele parava lá na casa dela para fazer uma massagem nas costas dela e muitos carinhos. Antes mesmo dele chegar ela já ficava de olho na rua colocando a cabeça por entre as grades do portão para ter maior visão de quem se aproximava.
Ele não tinha cachorro, mas todos os cachorros e gatos do bairro também faziam parte da vida dele, pois ele fazia carinho em todos e os tratavam como se fossem seus também.
Edilson Rodrigues Silva
