Como ela fazia todos os meses, ela foi ao banco e retirou o dinheiro da aposentadoria. Todas as contas do mês seriam pagas com este dinheiro. Ao sair do banco ela percebeu que estava sendo seguida. Apertou o passo e resolveu entrar num mercado próximo. Deu uma volta pelo mercado e notou que o homem ainda a estava seguindo. Ela foi até o setor de verduras e legumes. Retirou a carteira da bolsa e colocou embaixo dos pés de alface. Depois foi para outro lugar.
Enquanto ela disfarçava olhando um pacote de biscoito o marginal aproximou-se e pediu a carteira. Ela passou a carteira para o rapaz que ali mesmo a abriu e viu que só havia papel e nada de dinheiro. No mesmo instante ele reclamou:
Cadê a grana tia?
- Que dinheiro, meu filho? Só fui ao banco pagar estas contas que já estão vencidas. Agora, nem dinheiro para comprar comida eu tenho. Estou passando necessidades meu filho. Tenho que comprar remédios e não tenho de onde tirar, só entrei aqui no mercado para comprar dois pães; um para mim e outro para o meu cachorrinho que, por causa da artrose, já não anda direito.
Caro leitor ou leitora, você pode até achar estranho que haja um ladrão tão compassivo assim, é que você não viu a senhora em questão: Fala macia, sorriso largo, olhar marejado..., isso foi envolvendo e comovendo o bandido de tal forma que ele além de ter devolvido a carteira dela, ainda colocou a mão no bolso, retirou uma nota de cem reais e deu para ela. Em seguida, o marginal, já muito transtornado
pegou o celular dele e ligou para o comparsa que dele que era o responsável por fazer o “trabalho” de olheiro – aquele que fica dentro do banco passando o serviço, indicando a vítima –
- Ô “veio”! Se tá de brincadeira comigo né mano? Fica ligado no “ trampo” aí meu! Já é a segunda roubada que você me coloca só nesta semana. Fica esperto porque você tá na minha lista negra, seu “vacilão”. A tia aqui tá na maior “pindura” e você vem falar que ela retirou uma bolada. Ela retirou uma bolada sim! Bolada de contas para pagar. Seu imbecil! nó cego! Tô de olho em você, seu “Mané”... Bastante irritado o marginal foi falando, brigando e depois foi embora sem nada dizer para a senhora.
De volta ao setor de verduras e legumes, ela revirou os pés de alface, pegou a sua carteira e foi fazer compras. Agora, uma comprinha um pouco melhor. Graças a generosidade do atencioso rapaz.
Edilson Rodrigues Silva
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