Logo que ela chegou na Rua Vinte e Cinco de Março , ela ficou toda perdida entre tantas e tantas barracas. O povo, freneticamente, ia pra lá e pra cá. Era uma loucuraaa! Ela nunca tinha visto tanta gente junta.
Muitos vendedores estavam oferecendo o Playstation 2, mas ela sentiu mais segurança e firmeza num vendedor que estava fantasiado de Papai Noel.
- Olha o Playstation 2!...Olha o Playstation 2!...É só 250,00 reais!...É só 250,00 reais!...É pra acabar com o estoque!...Olha Playstation 2!...Completamente destravado e com cinco cartuchos grátis. É só aqui com o papai!...É só aqui com o papai!...Gritava o “Bom Velhinho” com um vozeirão de feirante.
Ao mesmo tempo em que o “Seu Nicolau” genérico batia o sinhinho que estava na mão esquerda, com a mão direita ele balançava no ar uma caixa vazia do cobiçado vídeo game.
Diante da oferta, ela não pensou duas vezes:
- Papai Noel! Mê vê um Palystation 2!...É 250,00 reais né? Ela deu o dinheiro para o vendedor e perguntou? Ele é destravado?...Nossa! E ainda vem com cinco cartuchos... O meu filho vai ficar maluco. Disse a mulher.
O Papai Noel falou para a mulher esperar lá na calçada que ele ia buscar a “mercadoria” num local ali próximo. Instantes depois o “Bom velhinho” voltou todo ofegante e um pouco suado. Ele deu para a mulher uma caixa fechada com o vídeo game.
Ela pegou a caixa, colocou numa sacola e foi embora. Em poucos minutos ela chegou na firma onde ela trabalhava como faxineira. Quando ela foi guardar a sacola ela notou a falta dos cinco cartuchos que o homem tinha prometido dar de graça. Ela pensou: deve estar dentro da caixa. Ela, junto com o uma colega de trabalho, abriu a caixa para verificar... Ao abrir a caixa ela não entendeu nada. O que significava aquele pedaço de madeira? Onde estavam os cartuchos e o tal do vídeo game? Perguntou ela.
- Amiga! Eu acho que você foi enganada. Disse a colega.
- Eu também acho que sim. Aqui dentro dessa caixa só tem esse pedaço de madeira. Como tem gente ruim nesse mundo. Disse ela... No mesmo instante o sangue lhe subiu na cabeça e ela foi tomada por um acesso de fúria e desespero. Eu preciso recuperar o meu dinhero... Dizendo isso ela saiu em disparada rumo a Rua Vinte e Cinco de Março. Antes de pegar o elevador ela passou a mão numa vassoura e falou: aquele safado vai me pagar! Ô se vai!...
Chegando a Rua Vinte e Cinco de Março ela foi procurar o “Bom velhinho”. Lá ela não encontrou nem o cheiro do pilantra. Ela não desistiu. De vassoura na mão, ela saiu na captura do Papai Noel mixuruca . Depois de percorrer a rua por duas vezes sem nada encontrar, a sorte lhe sorriu e, para a alegria dela, e azar do Seu Nicolau genérico, quem é que ela vê saindo de uma lanchonete saboreando um enorme pastel?...Ele o Papai Noel golpista em pessoa.
Assim que ela o avistou ela começou a dar-lhe vassouradas:
- Safado!...Sem vergonha!...Eu quero o meu dinheiro!
Com as vassouradas, o pastel que estava na mão do homem foi parar do outro lado da cidade. O povo logo se ajuntou para ver aquela estranha cena. Afinal de contas não era todo dia que tinha um Papai Noel entrando na vassourada. No mesmo instante um Guarda Municipal interveio e segurou a mulher que a todo custo queria fazer faxina com as próprias mãos. Ela explicou o caso ao guarda e este, sob ameaças de soltar a mulher, fez com que o Ladrão Noel devolvesse o dinheiro dela... Depois ele levou o “Bom velhinho” para visitar a delegacia mais próxima.
Edilson Rodrigues Silva
