No banco de trás do carro, no meio daquele calmo, sereno e relaxante trânsito da cidade de São Paulo, às crianças estavam incontroláveis. Elas não paravam um minuto sequer, principalmente depois de terem assistido na escola um filme do Jackie Shan.
A mãe já havia tentado de tudo para ver se conseguia acalmar a molecada, já tinha dado muitas coisas: bala, bolacha, batata frita, algodão doce, chocolate, cachorro quente, beliscão, safanão e, nada! Até que:
- Chegaaaaaaaaaaaaa!
- Vocês querem ficar quietos! Eu não estou conseguindo dirigir. Agora pouco eu quase bati o carro. Desse jeito a CET vai me dar uma multa. Vocês pensam que eu sou duas?
- Duas você não é, mas bem que poderia ser. Quando eu for grande e tiver bastante dinheiro o meu filho vai ter no mínimo umas três mães. Um dos garotos, aquele que tinha mais ou menos uns sete anos de idade, fez essa maravilhosa e generosa observação.
- Três mães? Respondeu surpresa a mãe do carente garotinho.
- É isso mesmo! Três mães, uma para dirigir, outra para cozinhar e outra para ficar brincando com o meu filho o tempo que ele quiser. Respondeu o humilde jovenzinho.
Edilson Rodrigues Silva