- O quê? cinco reais, tudo isso! Isso não é um roubo é assalto a mão armada. Disse o religioso.
- Ô Seu Padre não exagera vai. É o melhor que eu posso fazer, para o senhor, é três reais. Menos que isso eu vou ficar no prejuízo. Respondeu o feirante.
- Além de ser um roubo, isso é um pecado viu meu filho. Onde já se viu uma exploração dessas.
- Explorando eu? Eu sou é vítima da situação. Respondeu o homem.
- Vítima! Ora bolas não me venha com essa. Por acaso a ganância mudou de nome. Deus castiga este tipo de atitude viu rapaz, isso é exploração da pessoa humana...
- Seu Padre, o senhor está exagerando. Foi por causa das fortes chuvas... Defendeu-se o homem.
- Não me venha com essa não. Agora safadeza mudou de nome é? Comentou o indignado padre.
- Seu Padre, que absurdo! O senhor não viu as fortes e constantes chuvas que caíram no mês janeiro o senhor não lê os jornais. Não assiste à televisão. O senhor viu que esse ano, em São Paulo, bateu o recorde de chuvas para o mês de janeiro. As Chuvas foram as maiores dos últimos setenta anos... Comentou o homem.
- Recorde! O único recorde que eu estou vendo aqui é o recorde da roubalheira, olha o inferno heim rapaz! Falava o religioso em tom ameaçador.
- Ô Seu Padre aí o senhor pegou pesado. Como o senhor é dramático. Tó! Pode levar as alfaces. É de graça. Vê se pelo menos o senhor reza por mim né?
- Pode deixar meu filho! Pode deixar...
Edilson Rodrigues Silva
