- Cri! Cri!... Cri! Cri!... Cri! Cri!
Ele virava-se de um lado para o outro. Tampava os ouvidos e nada. Quando ele jogava água no jardim o grilo dava um tempo por alguns instantes, mas depois voltava e disparava a barulheira com força total:
Ele virava-se de um lado para o outro. Tampava os ouvidos e nada. Quando ele jogava água no jardim o grilo dava um tempo por alguns instantes, mas depois voltava e disparava a barulheira com força total:
- Cri! Cri!... Cri! Cri!... Cri! Cri!
- Cri! Cri!... Cri! Cri!... Cri! Cri!
Ele fazia de tudo para que o chato do grilo calasse a boca. Até deixar o mato bem curtinho ele já tinha feito. Numa atitude mais radical ele tinha até adotado um gatinho para ver se o bichano trazia de volta a paz que aquele irritante grilo havia lhe roubado. Mas nada tinha dado jeito na situação.
Até que num belo dia ele teve a brilhante ideia de mudar-se para o quarto que ficava do outro lado da casa. Ao deitar-se ele foi tomado por um inesperado desconforto. Algo de muito estranho o estava incomodando... Ele tinha sido tomado por uma inquietude muito grande e não conseguia dormir de jeito nenhum. Deve ser o calor, pensava ele.
Depois de muitas noites mal dormidas, dias e dias de muito sono no emprego, ele chegou à conclusão que ele estava sentindo falta era daquele barulho de natureza que ele tinha lá no quarto da frente. Até que a zuada do grilo não era tão ruim assim, pois a barulheira dos motores dos carros e todos os seus outros sons eram infinitamente piores.
Edilson Rodrigues Silva