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Na padaria – é assim que os paulistas chamam o lugar aonde se faz o pão - o cheiro novo e crocante da última fornada estava envolvendo o ambiente, apressada como sempre ela entra e vai logo pedindo o de sempre:
- Por favor, me vê aquela embalagem de bisnaguinhas e oito pãezinhos. Garoto, por favor, pegue os mais queimadinhos.
- Pode deixar senhora!
Enquanto o rapaz pegava os produtos que ela hava pedido, ela foi dar uma voltinha pela estante de produtos para ver se havia alguma novidade. Ela pensou: É uma tentação este lugar, como é difícil andar aqui e não comprar nada sõ tantas coisas gostosas que tem aqui. Hummm! Que delícia! Biscoito de polvilho. Faz um tempão que não como um destes. Vou levar um pacote.
Nisso, outra moça que estava perto se aproxima dela e diz:
- Desculpe-me perguntar, eu estava observando os seus pés e achei muito diferente a sua meia. É alguma nova moda?
- Como assim, alguma moda nova, logo ela que era tão desligada destas coisas, não tinha tempo nem para cobrir os brancos do cabelo, estava sempre a correr daqui pra lá e vice versa. Imagina então, fazer moda nova. Meio confusa ela foi olhar o que a mulher estava dizendo e, para a sua imensa surpresa, bem, a surpresa nem era tão grande assim. Era até que pequena e de cor rosinha e rendada. A mulher tinha razão, era muito diferente mesmo aquela meia, também pudera; não é toda mulher que sai por aí com uma calcinha rendada nos pés.
Culpa dessa vida moderna, emprego, roupa, comida, mercado, contas para pagar... A vida sempre tão corrida que é bem fácil colocar uma calça e não perceber que lá dentro tinha uma calcinha bem escondidinha, prontinha para sair na hora menos apropriada e, causar uma gafe dessas que é motivo de riso para a vida toda.
Edilson Rodrigues Silva
