Ele tocou a campainha do apartamento. Quando aquele homem alto, forte e com cara de bravo abriu a porta o coitado do alfaiate se assustou e quase teve um infarto.
- Por favor, o seu Armando? Disse o alfaiate.
- Sou eu!
- Não pode ser. Então eu devo ter me enganado de endereço. Existe outro senhor armando no andar?
- Não! Só eu mesmo. O Senhor não é o Miranda, o Alfaiate? Aquele com quem eu falei ao telefone ontem.
- Sim! Sou eu mesmo. Respondeu o alfaiate.
- O Senhor trouxe o terno do meu sobrinho?
- O terno do seu sobrinho? Quer dizer que o terno não é para o senhor?
- Não! Este terno é para o meu sobrinho, ele vai se formar na semana que vem.
Mais aliviado o alfaiate falou:
- Cara! Que susto que você me deu. Eu vim aqui entregar um terno manequim 42 aí eu me deparei com um paredão que nem você. Você deve de ser manequim 54, no mínimo, não é? Perguntou o, agora, calmo alfaiate.
- É isso mesmo!
- Eu pensei: É hoje! É hoje que eu tô frito. Eu já estava até contando com a surra que eu ia levar quando eu imaginei o senhor tentando usar esse terninho aqui.
Edilson Rodrigues Silva
