Sempre que aparecia uma chance para ele fazer uma brincadeira com os amigos, ele logo colocava a imaginação para funcionar e bolava um jeito de gozar com a cara de todo mundo. Certa vez colou na calçada da faculdade três moedas de um real e chamou os colegas para ficarem lá só olhando e rindo quando às pessoas tentavam pegar as moedas que estavam colada no cimento.
Os colegas acabaram concordando com ele. A situação era engraçadíssima mesmo. A pessoa que olhava as moedas na calçada imediatamente abaixava-se e ia direto pegá-las, havia uns que até disfarçavam colocando primeiro o pé em cima da moeda como que dizendo: È minha, eu vi primeiro. Quando a pessoa abaixava-se para pegar a moeda, ela não acreditava naquilo que ela estava constatando, não podia ser: a moeda estava colada no chão, ela dava chute, forçava com a unha, tentava...tentava mais uma vez e nada. Não conseguia tirar a moeda da calçada.
Depois de algumas tentativas geralmente a pessoa saia de fininho e com ar de frustração. Geralmente ela ia andando e pensando: Será que não tinha mesmo um jeito de tirar aquelas moedas de lá? Depois de um tempo, como não conseguia uma solução para a situação a pessoa dava uma última olhada... É não tendo encontrado uma solução acabava indo embora.
Era assim, sempre que podia ele fazia alguma coisa para tirar uma casquinha da cara de alguém.
Num certo dia, quando ele ia passando por uma movimentada avenida, ele observou caído na calçada um relógio belíssimo. Rapidamente, feito o César Ciello deu um rápido mergulho em direção ao precioso artigo. Entretanto, para a sua enorme surpresa, o relógio começou a andar. Sim! É isso mesmo. O relógio, como que por mágica começou a andar, andar não. Começou a correr em direção a uma moita que estava próxima a calçada. Ele, sem acreditar que aquilo estava acontecendo com ele e, não se conformando com o relógio atleta, sai imediatamente atrás do fugitivo que ligeiramente somiu entre as folhagens de uma verdejante moita próxima a grade da escola.
Logo que o relógio sumiu arbusto a dentro ouviu-se do outro lado da grade um sonoro coro de jovens tiradores de sarro, eles davam altas risadas por conta do sétimo otário que, naquele dia, tinha caído na pegadinha deles.
Edilson Rodrigues Silva