Assim que o táxi parou na frente do edifício o coração dela encheu-se de alegria. Agora, a saudade dos muitos anos, o cansaço das muitas horas de vôo, já eram coisas do passado. O que importava mesmo era a felicidade e a alegria do reencontro de ambas depois de tanto tempo de ausência.
A alegria era enorme assim como a vontade de tocar, abraçar e beijar. Eram tantas coisas para contar tantas aventuras e experiências. Enfim, tanta coisa para colocar em dia que não dava mais para esperar nem mais um minuto sequer. Assim que o taxista abriu a porta ela saiu em disparada para se lançar no caloroso abraço da amiga que a esperava no inicio da escadaria do edifício. Assim que ela saiu correndo...
Plooooft! Pluuuuft! Plooooft!
Ela foi atropelada pela bicicleta do garotinho que vinha em alta velocidade pela calçada. Todos: Ela, o garoto e a bicicleta, caíram todos embolados no chão. Ela, com algumas luxações arranhões e dores foi se levantando aos poucos. Depois de recuperar-se o garotinho perguntou:
- Tia está tudo bem com a senhora? A senhora se machucou muito? Desculpe-me eu não vi a senhora. Perdoe-me!
- Eu estou bem! Eu estou bem! Disse ela se levantando bem devagar.
A amiga logo que viu a pancada saiu logo ao encontro da saudosa amiga e assim que a viu imediatamente fez uma gozaçãozinha básica com a cara dela:
- É amiga! Essa é a minha amiga Camila. Logo se vê que você não mudou nada, você continua atrapalhada como sempre é ou não é? E deu um abraço bem apertado nela.
-Aíiiii Amiga! Não aperta muito não que as minhas costas estão doendo um pouco. É amiga! Acho que atrapalhada eu vou ser a vida toda. E eu nem fico triste por causa disso porque já me acostumei, mas ser chamada de tia e de senhora aos dezoito anos é o fim da picada. Amiga vai dizer que eu estou assim tão detonada, estou?
- Claro que não amiga. É que aqui no Brasil passou dos quinze anos já é tia. Vamos entrar titia... É brincadeirinha!
Edilson Rodrigues Silva
