- E aí você vai soltá-lo mesmo?
- Sim, vou soltar ele porque ele já está muito fraco e pode ser que aconteça algo pior.
- Eles vão pagar o preço que você pediu?
- Vamos ver, Vou aguardar até o contato de amanhã, eles estão chorando e dizendo que não têm os cinco mil reais. e coisa e tal. Mas estou ficando cansado de esperar se eu não ver o dinheiro vou ser obrigado a tomar uma decisão mais radical.
- Olha! Pense bem antes de fazer alguma coisa para não se arrepender depois....
O técnico em telefonia que estava fazendo um reparo na linha, por acidente, se deparou com este diálogo. Ele sabia que uma das pessoas que estavam ali conversando era de uma das casas em frente ao local onde ele estava. Ele, já com a certeza absoluta que tinha ouvido dois seqüestradores em ação, ficou imaginando se o cativeiro seria ali também. Ele pensava quem será que está lá no cativeiro? Pensou também na preocupação dos familiares e sem mais demora entrou em contato com a polícia.
Imediatamente a polícia fechou a rua, cercou as casas próximas ao local onde o trabalhador havia indicado.
Ao invadir a casa que seria o provável local do cativeiro eles encontraram ali um homem e uma mulher:
- Onde está a vítima?
- Vítima? Que vítima Policial?
- Vamô pará de conversa mole vagabundo. A casa caiu para vocês!
- Policial, deve estar havendo algum engano. Aqui em casa não há vítima nenhuma. Aqui em casa só estamos eu e minha mãe, se há alguma vítima aqui somos nós porque o senhor está nos agredindo.
- Onde esta o cativo? Fique quieto! Nós vamos revistar tudo. Vamos! Afaste-se.
- Policial, eu sou veterinário e a única coisa que eu tenho cativa aqui em casa é o Einstein, uma coruja de um cliente, estou tratando dela há muito tempo, mesmo assim eu devo soltá-la nos próximos dias. É só isso, e mais nada. O senhor pode revistar o que quiser porque não temos nada a esconder.
Edilson Rodrigues Silva
