O Bolão da Alegria - Crônicas Engraçadas e Divertidas - Histórias Engraçadas


O telefone tocou e do outro lado da linha uma moça solicitou que ele fosse até a empresa dela para pegar uma encomenda e depois fazer a entrega num parque de diversão que estava sendo montado num bairro mais distante.


Ao chegar ao local onde ele tinha que retirar a encomenda a ser entregue a mulher foi logo mostrando um volume enorme e bem diferente de tudo que ele já tinha visto na vida. Na hora, ele não acreditou, pensou até que fosse alguma brincadeira, alguma pegadinha de algum programa de Tv, deu um sorriso assim meio sem jeito e pensou: é cada coisa que acontece comigo.


Há muito tempo ele fazia entregas e carretos com aquela Kombi de carroceria. Ele já havia transportado cada coisa estranha. Certa vez teve que levar um papagaio que falava mais que a dona dele, lá na vinte e cinco de março. Outra vez levou para o zoológico um casal de gambás que um jardineiro havia capturado no jardim da casa do patrão. Enfim, ele Já havia transportado tanta coisa...


O fato é que, ele estava lá para trabalhar e necessitava muito do dinheiro daquele trabalho, tinha umas contas para pagar e elas já não podiam mais ser adiadas. só existia uma solução: ou ele aceitava ou ele aceitava.


A encomenda que ele teria que levar era um volume bem grande de bolas de plástico – aquelas bolas enormes e bem coloridas que a gente ganha de brinde em parques de diversão. O pacote, que estava amarrado com um tipo de barbante, era muito volumoso era quase duas vezes o volume da carroceria da kombi.


Como a carroceria era aberta isto iria facilitar bastante, se ele amarrasse direitinho o grande volume daria para levá-lo sem maiores problemas. Mas que era estranho era. Ao mesmo tempo era também divertido, por onde ele passava dava para observar a alegria das pessoas e, principalmente da criançada, quando elas olhavam tantas bolas enormes e tão coloridas. Se ele colocasse umas musiquinhas do Balão Mágico ou da Turma da Xuxa, aí que ia ser uma alegria total.


Quase chegando ao local da entrega, quando ele passava por uma rua do bairro da periferia a Kombi cruzou com uma linha que tinha serol – aquela linha com cortante que a molecada usa para cortar a pipa do amiguinho, com um amiguinho desse quem é que precisa de inimigo né?– por causa da velocidade do carro, o efeito cortante foi ampliado e Isso foi o suficiente para romper com o barbante e soltar as bolas que estavam no pacote.


A rua era levemente inclinada, ele estava subindo. Parte das bolas que saiam do pacote, desciam rua abaixo dando cada salto, Ele demorou um pouco a perceber o que estava acontecendo, na verdade ele só se deu conta quando começou a ouvir a gritaria do povo na rua, foi ai que ele olhou pelo retrovisor e viu aquele monte de bola pulando lá atrás...


Encostou o carro, segurou as bolas que ficaram no pacote sob a carroceria, olhou rua abaixo e viu que a criançada e os marmanjos estavam correndo atrás das bolas e quando as pegavam saiam correndo para a casa deles . O pessoal da vila ficou numa alegria muito grande, só estando lá para ver.


E agora, pensou ele. Como recuperar as bolas que caíram? ...ia ser muito difícil...


Com o que restou daquela divertida entrega, pelo menos para o povo foi. Ele, completamente confuso, sem saber direito o que havia acontecido. Inconformado... Seguiu rumo ao parque de diversão.


Edilson Rodrigues Silva

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