O Billy era um labrador diferente. A começar pelo nome que, fala verdade, é bem chique. Ele não era como os outros cães da raça dele que simplesmente adoravam que os seus donos jogassem a bolinha distante para que eles, mecanicamente, fossem buscar. Com o Billy a brincadeira era bem diferente.
Se alguém jogasse a bolinha e depois quisesse continuar a brincadeira, a pessoa tinha que suar a camisa pra tirar a gorduchinha dele, senão, não tinha mais brincadeira não.
O que o simpático cachorrinho fazia era muito divertido. O comum era a pessoa jogar a bolinha e depois ficar esperando o cachorro trazer. Negativo! Com o Billy não tinha moleza não. Tinha que correr atrás, suar a camisa mesmo. Só depois de muita ginástica ele facilitava um pouquinho. Só um pouquinho. Não era muito não. Quando a pessoa pensava que ia, finalmente, conseguir pegá-lo ele dava uma gingada e fugia todo feliz com a bolinha.
Tirar o brinquedinho da boca dele era outra coisa difícil de fazer porque ele ficava se contorcendo e não deixava botar a mão na bendita bolinha.
Quando alguém conseguia colocar a mão na redondinha quem foi que disse que era fácil tirar ela dos dentes dele. Aí, levanta que lá vai academia. A parada, embora fosse divertida, era cansativa, mais para as pessoas do que para o agitado cãozinho. Para ele era pura diversão. Ele fazia tudo àquilo com uma alegria e vitalidade impressionantes.
E tem mais, mesmo depois que ninguém estivesse de olho nele, ele não se descuidava da sua queridinha não. Era um olho na bolinha e outro em quem quisesse surrupiar a redondinha. Se alguém fosse tentar pegar a bolinha ele não deixava e imediatamente saia correndo todo feliz com o brinquedinho na boca. Com ele não tinha tempo ruim e, muito menos, jogo fácil!
Edilson Rodrigues Silva
