- Cara, nem te conto! Conversava a garota com a amiga dela.
- Fala amiga! Eu já falei pra você qual foi a maior vergonha que eu já passei na escola e você? Perguntou a amiga da garota.
- Sabe quando a gente estava na oitava série e agente ainda saia por aquele portão grande da rua da frente? Perguntou a primeira amiga.
- Sei! Aquele portão grandão que hoje está fechado não é? Confirmou a segunda amiga.
- Isso! A gente ainda nem tinha a amizade que a gente tem hoje. Eu e a galera estávamos indo embora e, para a minha grande surpresa, quem eu vejo no portão me esperando? A minha vó e a minha mãe. Cara! Eu adorava e continuo adorando até hoje a minha vó. Só que naquele dia a minha mãe resolveu me fazer uma surpresa porque já fazia um tempão que eu não via a vovó. Só que, para mim, aquela surpresa não foi das melhores.
Meu! Quando a minha vó me viu ela começou a falar cada coisa de criança que eu fui ficando vermelha, vermelha e por pouco eu não viro um tomate de vez.
Toda vez que ela dizia alguma coisa eu morria de vergonha e quando ela falou: oi minha netinha rechonchudinha, minha guti! guti!, sapequinha, e coisas desse tipo. Cada uma das palavras que ela soltava a risada da galera era instantânea. A vó não tinha percebido que o pessoal estava tirando um sarro da minha cara, mas na hora eu pensei: tô lascada nas mãos dessa galera. Eles vão me alugar o resto da vida.
Não deu outra! Até terminar o ano foi rechonchudinha prá cá e guti guti prá lá.
Edilson Rodrigues Silva