Era só ela entrar no banheiro que a mãe dela já falava:
- Filha! Olha a conta de luz! Olha a conta da água! Sempre era aquela chateação na hora dela tomar banho. Logo ela que gostava de um banho bem quentinho e relaxante.
Ela sempre dizia que às vezes, quando ela e a família viajavam para outra cidade e ficavam hospedados em algum hotel, uma das coisas que ela mais gostava era a hora de tomar aquele banho. Isso porque na maioria dos hotéis, além da gente não ter que ficar preocupado com a s contas, eles ainda têm uma água bem quentinha.
Naquele dia,felizmente, a sorte dela estava de plantão. A mãe dela havia saído para ir ao supermercado e ela tinha que se arrumar para uma festa que ia acontecer logo mais à noite. Aproveitando a ausência da mamãe e, para se vingar do enorme frio que estava fazendo naqueles dias, ela estava disposta a tomar um banho bem demorado e bem quentinho. Um banho daqueles de ficar toda enrrugada. Dito e feito! Foi isso que ela fez. O banheiro ficou mais embaçado que neblina na Imigrantes.
Ela terminou de tomar o tão desejado banho e,... E,... Cadê a toalha? Cadê a mãe dela naquele baita frio. Brrrr!...Brrrr!...Que friooo!...Como aquela genitora desalmada pôde abandonar a própria filha, a filha mais querida do mundo naquele banheiro, agora frio, e sem nenhuma toalhinha sequinha e quentinha.
Não teve jeito. Ela teve que enfrentar o terrível frio e, do jeito que ela havia chegado ao mundo, ela foi buscar a bendita toalha. Nisso, como não poderia ser diferente, aquele quentinho do banho ficou só na lembrança.
Edilson Rodrigues Silva