Assim que ele chegou ao velório ele fez
um minuto de silêncio e depois ele foi dar uma última olhada no velho amigo do
clube. Foi cruel demais ver o grande amigo dele ali naquele duro e frio caixão.
Triste destino é o nosso. Infelizmente todos nós um dia teremos que passar por
isso. Pensou ele.
Como o amigo tinha abotoado o paletó por
causa de uma doença estranha e ainda desconhecida o caixão dele estava lacrado.
Ele se sentou. Depois de um tempo
sentou-se ao seu lado dele uma senhora.
Para aliviar um pouco aquele clima tão triste ele começou a recordar
alguns bons momentos que ele e o grande amigo haviam passado juntos.
Ele passou a exaltar as grandes
qualidades do falecido. A senhora concordava com ele. A senhora estava ouvindo
tudo muito atentamente. Isso foi até o momento em que ele começou a contar
partes de uma aventura onde ele e o falecido resolveram participar de um
carnaval fora de época.
- Quer dizer que o senhor e o falecido
participaram de um desfile de carnaval? Estranhou a moça.
- Isso mesmo! O Luizão gostava muito
de alegria... Ele era tão divertido... Ele gostava tanto da vida...
- Luizão! Mas esse é o velório do Seu
Antônio.
- Seu Antônio?
- É!...O Seu Antônio.
- Aqui não é o velório do Luiz R.
Lima, o Luizão que era sócio do Clube Alvorada.
- Não. Aqui é o velório do Seu Antônio
da igreja.
Edilson Rodrigues Silva