- Quer dizer que você
é o espertinho que roubou a casa da Dona Laura a semana passada.
- Que isso! Eu sou
inocente. Eu nem conheço essa Dona Laura.
- como assim você não
conhece. É a tiazinha da barraca de pastel. Como você teve coragem de entrar na
casa dela e roubar tudo que aquela senhora tinha conseguido juntar com tanto sacrifício.
Ela acorda cedo e dá um duro danado, aí vem um picareta que nem você e rouba
tudo. Francamente! Um rapaz novo e forte como você. O carcereiro, muito
inconformado com a situação, soltava o verbo pra cima do preso porque ele
conhecia a vitima há muito tempo.
- Mas senhor, eu não
tenho nada a ver com aquele roubo. Eu juro. É como eu estou dizendo: eu sou
inocente. Eu não roubei ninguém.
- Como assim não
roubou? Ora! Os seus documentos foram encontrados no local do crime. Aê meu
camarada! Acho melhor você assumir logo a bronca. Se você insistir em negar o
fato à sua situação só vai ficar cada vez mais complicada. Só me faltava essa. Pra
roubar foi fácil. Agora, na hora de cada um responder pelos seus atos a atitude
é outra. Me ajuda aí ô!...Só me faltava essa. É cada uma que a gente tem que
ouvir...
- O senhor pode não
acreditar, mas quem deixou os meus documentos lá no local do crime foi um amigo
meu.
- Um amigo seu!
Nossa! Que amigo é esse? Olha rapaz, é melhor você ficar aqui na cela viu.
- Como assim? Ficar
aqui na cadeia? Eu quero ir para a minha casa.
- Garoto! Se os seus
amigos fazem isso com você, eu não quero nem imaginar o que os seus inimigos
são capazes de fazer. É melhor você ficar bem quietinho aqui. Insistiu o carcereiro.
Edilson Rodrigues
Silva