Aqueles dois agentes da lei estavam há
pelo menos dois meses fazendo a escuta das comunicações trocadas por aqueles perigosos
bandidos. Tudo que era dito por aquela quadrilha estava sendo monitorado.
Durante o período de escuta eles já tinham conseguido muitas e muitas provas
que mostravam claramente o envolvimento daquele bando com uma perigosa facção
criminosa.
Entretanto, estava faltando o
flagrante. Estava faltando dar a cartada final. Sendo assim, eles continuavam pacientemente
com as escutas esperando coletar mais informações para, no momento oportuno,
agir com energia e aniquilar de vez aquela perigosa organização do crime
organizado.
Pelos últimos diálogos acompanhados
pelos policiais estava claro que aqueles bandidos estavam planejando alguma
grande ação criminosa para os próximos dias. A movimentação dos bandidos era
constante e a comunicação entre eles não parava.
Um dos criminosos ligou para o outro:
- E aê mano!... Firmeza!...Aí truta, e
aquela parada? Vai rolar ou não? Quando é que você vai me passar o bagulho?
Perguntou o primeiro marginal.
- Demorô meu bróder!...É pra
já!...Anota aí a parada.
- 1 Kg de palmito... Dois ovos... Meia
cebola...
- E aí Companheiro? Você entendeu
alguma coisa? Perguntou um dos policiais.
- Ainda não! Deve ser algum código novo.
Esses marginais são espertos. Vamos aguardar mais um pouco. Eles vão acabar
revelando mais... Comentou o segundo policial.
No outro dia:
- E aê véio, fez o barato lá mano?
Perguntou o primeiro bandido.
- Ôôôô! Dá hora mano! Aquela torta de
palmito da sua velha é déiz. Déiz não. É mil. Meu camarada, ontem mesmo eu fiz
o bagulho e, arrasou!...Não sobrou nada. As crianças não deixaram nem um
pedacinho...
Os dois policiais se olharam... E um
deles perguntou:
- Vem cá: Você anotou a receita?
Edilson Rodrigues Silva